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Confira o que fazer em Ubatuba para agradar a todos os gostos, desde cavalgadas à voos de helicóptero para quem gosta de aventura.

Não é sempre que dá mergulho no sudeste do Brasil.  

Os dias mais frustrantes são aqueles quando o vento leste está forte. O céu fica lindo, sem nenhuma  nuvem, mas o mar, além de agitado, ganha a cor de sopa de ervilha. Ou seja, visibilidade próxima a zero, principalmente em locais próximos à costa. 

As operadoras de mergulho mais sensatas já perceberam que forçar a barra e levar novatos para mergulhar em água suja, não só depõe contra o lugar, mas também contra a própria atividade. 

O que fazer então para que ninguém saia no prejuízo? 

O jeito é oferecer alternativas tão estimulantes quanto o mergulho, mesmo que elas sejam fora d’água ou até mesmo acima da terra. 

Por isso, algumas operadoras de mergulho estão se tornando verdadeiras centrais de aventuras e se especializando também em ecoturismo e esportes ao ar livre. 

Temos uma costa linda, que se torna ainda mais espetacular quando se passa por Ubatuba. Pena que a água não tenha sempre tons caribenhos, mas também aí seria querer demais. 

Mas basta olhar para a Serra do Mar invadindo o oceano e escondendo inúmeras praias e enseadas, para perceber que este é um lugar que tem muito o que conhecer. 

O que fazer em Ubatuba

Caminhadas

O que fazer em Ubatuba não falta. Trilhas que levam a praias desertas e a cachoeiras também não. 

Uma delas é a que sai da Praia da Lagoinha e contorna toda uma península, passando pela Praia do Bonete, Grande Bonete, Deserta, Cedro, eleita uma das seis mais bonitas do Brasil e termina na Praia da Fortaleza. 

Uma agradável caminhada cercada de Mata Atlântica, que leva cerca de cinco horas. 

O primeiro trecho até o Grande Bonete é leve e não exige muito preparo físico. Dali em diante, o bicho pega e chegar na Praia do Cedro já é uma bela aventura. 

Nesta região, não deixe de visitar as ruínas da Lagoinha, uma antigo engenho do século XVIII do qual sobrou apenas as largas paredes de pedras recobertas pela vegetação. 

Para quem gosta de andar, ainda há muitas outras opções como a Trilha Camburizinho-Praia Brava, quase na divisa com Paraty. 

Começa na Cachoeira da Escada, passa em uma comunidade quilombola, por vários riachos e cachoeiras terminando em uma linda praia deserta. 

Outras trilhas, que valem cada passo, são a da Pedra Grande e da Água Branca, que levam a cachoeiras lindíssimas e a travessia Pulso-Figueira, uma sequência inesquecível de praias desertas. O grande desafio, entretanto, é subir no Pico do Corcovado com 1.100 metros de altitude. 

São cinco horas só de subida, isto para quem tem fôlego bom, senão a duração da aventura fica bem mais longa. 

O ideal é acampar lá em cima, assistir ao pôr do sol, dormir sob o céu estrelado e voltar só no dia seguinte depois de ver o alvorecer. O visual é lindo, dá para ver todo litoral, da Ilhabela até a Serra da Bocaina, divisa dos estados do Rio e São Paulo.

Cavalgadas

Outra opção de o que fazer em Ubatuba em terra firme é uma cavalgada pelo sertão de Itamambuca. 

O passeio tem início no Haras Fazenda Itamambuca, que possui uma tropa de 10 cavalos da raça Mangalarga Marchador. 

O roteiro mais procurado começa na trilha do bananal e segue pela estrada velha da Casanga, também conhecida como Roteiro dos Artesãos, subindo até um belvedere, 85m acima do nível do mar. 

Neste lugar é feita uma pausa para o lanche, enquanto se aprecia a belíssima paisagem. Ao longo do percurso é possível observar três tipos diferentes de vegetação da Mata Atlântica: a mata ciliar, de restinga e de encosta, além de inúmeras espécies de pássaros e outros animais. 

Há paradas para banhos de rio e de cachoeira. Outra opção é uma cavalgada noturna em noite de lua cheia, com direito a vinho e petiscos ao redor de uma fogueira

Rafting

A maioria das pessoas que vai a Ubatuba pela rodovia Oswaldo Cruz, aquela da serra radical com 6 curvas de 180º graus e outras não menos emocionantes que se pega em Taubaté, passa batido por São Luís de Paraitinga. É uma pena porque a cidade merece uma visita. 

Não só por seu charmoso centro histórico, formado por casarões coloniais pintados com cores fortes que abrigam restaurantes, bares e lojas de artesanato, mas principalmente pela natureza que a envolve. 

A poucos quilômetros da cidade, em direção a Ubatuba, fica o Núcleo Santa Virgínia do Parque Estadual da Serra do Mar, cortado pelo Rio Paraitinga, um dos últimos rios limpos do estado e um dos melhores para a prática do rafting. 

A atividade não requer experiência prévia, tudo o que você precisa saber para participar é explicado em uma preleção na beira do rio, antes de começar a descida.

Os percursos tem duração de 2, 4 ou 6 horas e atendem desde os iniciantes até os mais avançados. Passam por corredeiras e cachoeiras de nível II, III e IV, fazendo portagens nas que ultrapassam o nível V. 

Todos os roteiros têm acompanhamento de instrutores capacitados para manejar os equipamentos de segurança e são treinados em primeiros-socorros. Há paradas para lanche e mergulhos no rio, que em alguns pontos tem água bastante limpa.

Voos de Helicóptero

O visual é inesquecível. Vale cada minuto e o frio na barriga. 

Excelente para se ter uma ideia das nuances do litoral de Ubatuba, entender sua geografia e tirar muitas fotos aéreas. 

Os passeios de helicóptero partem do aeroporto de Ubatuba, que fica dentro da cidade. São três roteiros, o mais curto e mais barato sobrevoa a Praia do Cruzeiro, Itaguá, Grande e Toninhas. 

A segunda opção é uma versão extendida da primeira incluindo também a Praia da Enseada e o Saco da Ribeira. A mais longa é no sentido norte passando sobre as praias Vermelha, Itamambuca, Félix e Prumirim. 

Além destes passeios pré-estabelecidos é possível fretar a aeronave e escolher a rota. Neste caso vale uma dica: voe até o alto da Serra do Mar, dê umas voltas pelo Pico do Corcovado e depois desça sobrevoando as praias da Lagoinha, Bonete, Cedro, Fortaleza e a Ilha Anchieta. Balança um pouco lá em cima, mas é espetacular.

Navegar

Para quem não consegue ficar longe do mar, mesmo em dias de água suja e mar turbulento, uma ótima solução é velejar, ou aprender a arte de manejar os panos. 

O veleiro Soneca de 33 pés do capitão e instrutor de mergulho Silvio Spinelli, faz charters partindo do Saco da Ribeira e acomoda até 4 pessoas para pernoite, ou cinco passageiros nas saídas diárias. 

Os roteiros são montados dependendo do tempo de permanência a bordo, ou do interesse dos passageiros. 

Entre uma velejada e outra, há paradas em praias desertas, ou para prática de snorkeling e mergulho autônomo. 

A bordo são servidas três refeições, dois lanches, refrigerantes, frutas e doces. Equipamentos de mergulho autônomo devem ser alugados à parte.

O que fazer em Ubatuba

Cachoeiras e outras aventuras

O lugar para quem gosta de cachoeiras, praticar rapel, tirolesa, avistar passarinhos raros, caminhar pela mata e se refrescar em piscinas naturais de águas doces e claras, é o Sítio Santa Cruz. 

Uma propriedade privada, com grande parte de sua área de dentro do Parque Estadual da Serra do Mar – Núcleo Picinguaba, que tem como proposta desenvolver um trabalho de educação ambiental com escolas e promover diversas modalidades de ecoturismo e esportes de aventura. 

Oferece vários passeios guiados por monitores ambientais que levam a nove cachoeiras no meio da Mata Atlântica. Um lugar ótimo para se passar o dia todo, principalmente se precisar entreter a criançada.

o que fazer em ubatuba
Cachoeira do Prumirim
Foto: Alex Inward (Flickr)

City Tour e Vida Noturna

Ubatuba tem muita história, desde os tempos que Hans Staden e o Padre Anchieta passaram por apuros nas mãos dos índios tupinambás muita coisa aconteceu. 

Casarões antigos, cadeias, presídios, casas de fazenda, ruínas de engenhos e aldeias de índio ainda podem ser visitadas nos remetendo ao passado. 

Um tour guiado por alguém que saiba as histórias e causos é enriquecedor e divertido. Vale também conhecer o Aquário de Ubatuba e o Projeto Tamar. Isto fora os restaurantes e bares que se espalham pelas praias principais. 

Pode chover, ventar ou que for, Ubatuba nunca é uma viagem perdida.

Aquário de Ubatuba
Foto: Aquário de Ubatuba

Fanáticos por mergulho

Mas se só o mergulho que faz você sair de casa, aguarde um fim de semana em que ventos fracos do quadrante sul predominem. Melhor ainda se estiverem soprando já a alguns dias. 

Normalmente, isto acontece alguns dias antes ou depois das entradas de frentes frias trazidas pelos fortes sudoeste. O tempo pode até ficar chuvoso, mas o mar acalma e a água limpa que é uma maravilha. 

Os melhores pontos de Ubatuba ficam na Ilha Vitória, que na realidade deveria ser chamada de arquipélago, uma vez que há mais duas ilhas ao seu redor: a dos Pescadores e a Cagadinha. 

Outra particularidade é que estas ilhas fazem parte do município de Ilhabela, mas ficam praticamente na mesma distância das duas cidades.

Os locais mais frequentados são o Saco da Professora e do Paiá. Bem abrigados e propícios para batismo e check-outs.  

Mas há muitos pontos menos explorados que proporcionam mergulhos ainda mais interessantes. Um deles é a costeira norte da Ilha dos Pescadores, que forma uma pequena baía. No centro dela há um rochedo que aflora à superfície durante a maré baixa. Ele demarca um grande parcel rochoso que desce estende até quase 30 metros de profundidade composto por grandes blocos de granito rodeados por uma intensa vida marinha. 

A quantidade de peixes impressiona, principalmente quando há termoclina e eles ficam próximos à superfície. Cardumes de alevinos e sardinhas, atraem anchovas e cavalas. É difícil não cruzar com tartarugas, assim como é frequente avistar raias-chitas dando mole por ali. 

Ilhas dos Pescadores e Cagadinha

A Ponta das Arraias no canal que separa a Ilha dos Pescadores da Ilha Vitória também merece no mínimo um mergulho. Neste local a costeira desce até os 33 metros de profundidade. 

Entre os 10 e 15 metros, há grandes cabeços cercados por uma quantidade absurda de peixes-frades. Cardumes de salemas habitam fendas que formam desfiladeiros que se estendem até o Parcel do Sudoeste, onde há o naufrágio de um barco de pesca. 

A Ilha da Cagadinha também é um grande mergulho, principalmente quando a visibilidade ultrapassa os 25 metros. Raias-pregos estão sempre por ali e é frequente encontros com grandes cardumes de peixes de passagem.

Ilha das Couves

Outra região repleta de pontos de mergulho é a da Ilha das Couves, rodeada por parcéis e ilhotes, além das vizinhas Comprida e Rapada. 

Nestes pontos, os mergulhos são mais rasos, mas não menos interessantes. São lugares para se ver cercado por peixes-coloridos, como os borboletas, ciliares, jaguáreças e tricolors, enquanto se cruza com moreias-pintadas, miriquitis, polvos, peixes-morcego e cardumes de lulas.

Na Ilha Anchieta, o Ilhote do Sul e a Ilha das Palmas são os lugares mais visitados pelas operadoras de mergulho por estarem mais perto da costa. 

Foto: Omnimare Mergulho

Ilha Anchieta

Suas águas são protegidas pelo Parque Estadual da Ilha Anchieta, o que garante sua grande biodiversidade, apesar da visibilidade normalmente não ser tanto quanto nas outras ilhas.  

Mas os mergulhos não deixam a desejar, tem até uma estátua do Jacques Cousteau submersa na Praia do Leste da Anchieta. 

Suas águas abrigadas são muito propícias para o mergulho noturno e excelente para macrofotografias. Mesmo quando o mar está virado e as condições em mar aberto inviabilizam uma navegação mais longa, sempre é possível achar um canto tranquilo para mergulhar. Portanto, mesmo os fanáticos por mergulho, Ubatuba nunca deixa na mão.  

Descubra onde ficar em Ubatuba

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Perguntas frequentes

O que fazer em Ubatuba com chuva?

Em dias de chuva, a dica é curtir atrações como o Projeto Tamar e o Aquário de Ubatuba. Confira mais dicas em nosso post.

Que cachoeiras visitar em Ubatuba?

O lugar para quem gosta de cachoeiras, praticar rapel, tirolesa, avistar passarinhos raros, caminhar pela mata e se refrescar em piscinas naturais de águas doces e claras, é o Sítio Santa Cruz.  Leia mais em nosso post.

Onde fazer mergulho em Ubatuba?

Os locais mais frequentados são o Saco da Professora e do Paiá, mas há muitos pontos menos explorados que proporcionam mergulhos ainda mais interessantes. Confira mais em nosso post.

Leia mais:

Alcides Falanghe

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